a dona dos pensamentos

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pra ti, ó.


A mão suave ajeitando meu cabelo atrás da orelha.
O olhar que me deixava sem jeito e me fazia desviar.
O abraço que me fez esquecer por que sentia medo.
Medo de que?

Vai saber.

-Eu já não sei.

As vezes queremos nos libertar, mas não se sabe exatamente do que.

Em um dia lotado, porém vazio, me encontrei em você.
Me vi em seus olhos.
Senti em tua boca o que não precisava mais dizer.

Deitada em teu peito eu descanso tranquila
Meu riso é fácil perto de ti
Não posso evitar quem me faz bem.
Nem quero, não vou!

Acho que me libertei, da solidão.

Aprendi que procurar é sinônimo de achar o que não está procurando.
Quando procurei por mim, achei a ti.
Em uma esquina qualquer, no meio da multidão.

E aquele moletom tão velho e azul.
Que hoje eu te imploro pra tirar
Foi o pioneiro do toque
Foi quem encorajou a aproximação.

Contra vontade de alguns
Com quase nada em comum
Continuamos a nos ver
É tão bom te conhecer, a cada dia
Um pouco mais e mais.

Um certo dia eu duvidei
A cabeça inundou
Eu tentei te afastar de mim
Mas já era tarde
Só depois eu percebi.

Tu já estava aqui.
Fez falta
Me fez perceber o bem que me fazia
A tua ausência trouxe agonia

Hoje eu não fujo.

Preciso de uma massagem relaxante
Um beijo de boa noite
Alguém que queira me ouvir
Assistir aquele filme de terror
Alguém que fique feliz por estar ao meu lado.

Fica um pouco mais, quando eu disser pra ir.
Não vai tão longe, deixa eu alcançar.
Pega minha mão, aperta forte e não solta.

Eu estou feliz ao teu lado, sim.
Nós somos bobos, e dai?
O que os outros tem a ver com isso?.




"Vence quem passa por essa vida rindo. E se o preço que se paga por ser um pouco feliz é ser um pouco idiota, DANE-SE." Tati Bernardi









quinta-feira, 24 de maio de 2012

Salto, drink e solidão.



Percorre as lojas em busca do vestido perfeito, combina com aquele salto (o mais alto), hidrata o cabelo a semana inteira, nas unhas aquele vermelho provocante, a argola da maldade, o perfume do pecado, a maquiagem impecável, cabelo mais liso que pele de neném, toda produzida, pronta para matar, aquela "tem que ser a noite".
Encontra as amigas, fazem a aquecida do álcool animação.
Chegam na festa, mais uma dose por favor!
Pista, gargalhadas, a dancinha sensual, olhares de caça.
Outra dose, ainda não estou animada o suficiente.
Alguém se aproxima, passa a mão, ela se irrita, responde um palavrão.
Sobe as escadas trocando os pés, vai direto ao bar, enche o copo, por favor!
Uma piscadinha pro menino do bar, se joga em uma cadeira e abaixa a cabeça, vomita sem perceber, não se envergonha, ri mais ainda, sem parar.
Empurra a amiga, água o que você está pensando?
Não volto pra casa antes das seis!
Volta para pista, mais um copo na mão, agarra o primeiro que passa, aquela junção de álcool, saliva, vômito, cigarro, chiclete sem gosto, batom.
Beijo ruim, mão boba, adeus.
Encontra as amigas, dança mais um pouco, outro alvo avistado, mais uma junção de bocas e intimidade rápidas, seguido de um olhar estranho e vira costas de "não te conheço".
-Dj por favor, a minha música ok?
Dança freneticamente, que nem uma louca, quer liberar todos seus demônios naquela noite, quer entregar seus problemas a seu gole de vodka, quer se camuflar no meio de pessoas aparentemente muito alegres e sentir que aquilo pode se resumir a real felicidade de toda semana, afinal ser feliz nas noites de sexta e sábado já é válido né? Melhor que nada!?
A pista esvazia aos poucos, hora de sair, deixa no caixa a metade do salário de um mês, dinheiro bem gasto, não é?.
Mais uma cervejinha do barzinho, pega o táxi, adeus.
Desce sozinha, cambaleando, abre a porta, cai, levanta, faz barulho, acorda seus pais.
Vai até seu quarto, olha no espelho, o vestido lindo rasgado, o salto mais alto nas mãos, os pés imundos, cabelo embaraçado, dor de cabeça, maquiagem borrada, ânsia de vômito e principalmente a solidão.
Senta na cama e relembra da "noite" e pensa que não foi exatamente como imaginava..
Aquele alguém que esperava conhecer, não apareceu, tem um gosto estranho na boca, tem certa vergonha e arrependimento, talvez essa felicidade de fim de semana não seja assim tão atrativa..
Ela sabe que não é, daria tudo para não ter a única opção de se entregar a felicidade das madrugadas, queria mesmo aquela felicidade de todos os dias, de não ter a agenda cheia, mas sim o coração.
Ela queria mesmo poder passar a sexta em casa, assistindo filme de conchinha e comendo pipoca doce.
Ela queria acordar no meio da noite com frio e receber um abraço quentinho e um beijo apaixonado.
Mas são escolhas que ela e outras tantas fazem, que sem que percebam as deixam infelizes e sozinhas, iludidas em suas festas vazias, querendo ou não, elas escolheram.
Um desamor pode até parecer curar em baladas, mas é ilusão, só um novo amor cura, refaz, traz de novo aquele riso verdadeiro.




Obs: Não estou insinuando que seja ruim sair, mas achar que sair todo final de semana vai te completar de alguma maneira é uma puta ilusão.
Financeiramente e emocionalmente falando, não há festa que dure para sempre, além da dor de cabeça, pode acordar com um baita arrependimento do que fez ainda alcoolizada e não há banho e removedor que apague isso, muito menos aquelas fotos comprometedoras que podem surgir e a fama que de repente pode ganhar, o dinheiro some e amigos de noite você sempre vai encontrar, dá uma chance a quem te quer bem não só no fim de semana, mas segunda, terça, quarta e quinta também.. Deitar na grama no domingo e escutar que é importante para alguém é muito melhor do que qualquer noite, pode acreditar.


"Mas de que adianta sair para festa e voltar para casa sempre com o coração vazio? Caio Fernando"


domingo, 20 de maio de 2012

Caneta, erros e rabiscos

Sabe aquela sensação de receber uma carta com seu nome escrito a mão e um selo escolhido com carinho?
Uma carta com palavras pressionadas tão forte pela caneta, que deu pra sentir o que a pessoa sentia enquanto escrevia.
Abrir com toda delicadeza do mundo, para não danificar um documento tão raro e que expresse tanta atenção e autenticidade.
Perceber verdade e vestígios humanos, talvez um perfume, a marca de um beijo..
Pois é, eu não sei qual é a sensação.
Ao invés de um presente, ao invés de uma mensagem virtual, ou mesmo uma ligação rápida e objetiva, eu queria uma carta.
Sincera, marota, eu queria a verdade escondida lá no fundo do peito, embriaguez de coragem e verdades vertidas, me transbordasse de nostalgia, me fizesse com as letras soltas, voltar a um momento que já não recordo.
Receber notícias de uma pessoa querida que está longe e sentir que ainda é importante.
As vezes essa inundação de tecnologia, essa quantidade de mudança constante me incomoda, certas coisas não deveriam sair de nossas vidas.
A atenção e sensibilidade, o querer fazer algo e realmente fazer, tato, contato, olfato, precisamos sentir e transmitir o que sentimos.
Preciso ouvir um pouco, enxergar, conversar, tocar, a moda antiga, a moda real, do jeito que tem de ser feito.
Talvez voltar a escrever a mão, onde havia paixão.






"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a mente muda, a gente anda pra frente E quando a gente manda, ninguém manda na gente. Na mudança de atitude não há mal que não se mude, nem doença sem cura.Na mudança de postura a gente fica mais seguro.Na mudança do presente a gente molda o futuro.."


Gabriel o Pensador