a dona dos pensamentos

sábado, 17 de abril de 2010

um texto pra mim

Durante um tempo tentei me manter afastada das palavras, das letras, da escrita, por que meus dias andaram meio nublados e eu não queria passar esses sentimentos nada confortáveis pras palavras.Não queria um texto melancólico, me recusava a mais uma vez falar sobre assuntos dos quais não me animam.Mas por que fugir? Por que me esconder e mentir pra mim mesma que isso não é real? Por que tentar passar a imagem do tudo bem e força um sorriso, se na realidade eu não sentia isso?

Fingir não resolve, não ameniza, só deixa maior o que eu guardo por dentro, por que ter vergonha de chorar? Por que os outros não podem ver?
Por que a gente esconde a dor? Por que só transparecemos a alegria?
Isso faz mal!Eu sou normal, eu sou humana, eu erro, eu acerto, eu caio, eu levanto, eu choro, eu sorrio, eu sinto dor e amor, eu sinto raiva e medo, eu canto, eu danço, eu grito, eu brigo, eu minto, eu peço desculpas, eu fico doente, eu tenho problemas, eu tento sempre melhorar, eu gosto de um elogio, eu amo pudim, adoro cachorros, a música me encanta e as palavras também, tenho medo de altura, tenho duas tatuagens e uma enorme preguiça, eu só estudo pras recuperações, tenho uma enorme dificuldade em demonstrar meus sentimentos e principalmente em dizer um “eu te amo” pras pessoas, mesmo que familiares, eu choro lendo, eu guardo meus problemas comigo, eu raramente desabafo com alguém, eu sou extremamente desconfiada, eu não sou carinhosa, eu sou teimosa, orgulhosa, mas não consigo fazer mal a ninguém, eu me preocupo em fazer com que as pessoas em volta de mim se sintam bem, e nesses últimos tempos não tem sido nada fácil meus dias.Eu chorei que nem uma criança, e isso me fez tão bem.Eu recebi conselhos de uma pessoa que mal me conhece e as palavras dela me ajudaram, me confortaram, me deram uma dose de coragem, pra encarar o batalhão de obrigações, de queixas,de responsabilidades, de pessoas que não enxergam outro se não a si.
Eu tenho pensado muito nos outros, andei esquecendo um pouco dessa menina um tanto carente de atenção que mora dentro de mim, aquela que tenho deixado nas ultimas opções, aquela que não tinha prioridade na minha lista, ela ta sendo obrigada a atropelar o tempo e assumir responsabilidades que não cabiam a ela, e as coisas andam meio confusas, meio perdidas, ela se sente desprotegida, eu preciso encontrar o tempo de cuidar dela, eu preciso deixar os outros de lado, eu preciso zelar pelo futuro dela, pela saúde dela, pela saúde emocional dela..
As vezes nem se nota que tem alguém ali ao lado, preocupado com você, alguém disposto a te ajudar, a consolar, eu posso sim dizer que eu tenho poucas pessoas assim, mas essas poucas extremamente verdadeiras, extremamente amigas, as quais a cada dia me provam isso sem eu ao menos perceber.
O dia seguinte foi um tanto curioso, na aula passaram um filme, contava a história de um jovem que foi pra guerra, um jovem apaixonado, sorridente, sonhador, lutava por sua pátria, não por que realmente queria estar lá, mas fora convocado.Um dia estava ajudando a enterrar um defunto, quando os inimigos começaram a atacar, ele correu e se escondeu em um buraco, mas não viu a bomba que se aproximava, caiu praticamente ao seu lado, ele perdeu os braços, as pernas, a audição, a visão, a fala, foi parar em um quarto de hospital desconhecido, trancafiado, sem poder se comunicar com ninguém, dopado diariamente, no escuro, com a cara tapada.Já não sabia se estava vivo ou morto, ninguém além de enfermeiros e médicos sabiam que estava ali. Seus dias resumiam-se a delírios, lembranças e tentativas de decifrar de alguma forma o que se passava no quarto, os movimentos, as pessoas, tentava achar uma maneira de pedir ajuda, uma maneira de sair dali. Não entendia porque o mantinham vivo, se não podia ver ninguém, se já não servia pra nada, se aquilo já não era vida, era uma sobrevivência torturante, era um sofrimento.
Por ironia do destino ou não, neste mesmo dia, enquanto caminhava pela rua da escola, indo pra casa, me deparo com um carro de policia, pensava ser um assalto, mas haviam fitas isolando aquela parte da calçada, um individuo caído no chão, com o rosto coberto, um homem morto, mais uma vida que se vai em plena luz do dia, caído na calçada, olhares curiosos, que adoram uma tragédia.
As minhas queixas, desesperos, desabafos e brigas em um dia, no outro a morte parece estar por todos os lados..
Então me deparo com a frase “O que importa afinal? Viver ou saber que está vivo?”
E isso, realmente faz sentido, pode-se estar morto mesmo que vivo..
Por que perder tanto tempo brigando, me lamentando, se eu nem sei por quanto tempo ainda vou ter a oportunidade de ver as coisas boas disso tudo? Se eu nem sei se vou ver o dia amanhecer? Por que me sacrificar hoje, pra ter um futuro melhor, se não sei se estarei presente no futuro.
Não quer dizer que vou largar trabalho, escola, e sair por ai fazendo festa sem pensar em nada, mas acho que tenho me privado muito de loucuras, tenho me privado dos impulsos, tenho me privado das surpresas e as coisas que privo são as que fazem os momentos realmente felizes, realmente alegres, são esses momentos que nos dão saudade no futuro, que nos fazem sentir vivos.
Eu tenho guardado os “eu te amo” em um dicionário nunca usado, está na hora de arrumar trabalho a eles, está na hora de demonstrar os sentimentos guardados a sete chaves.
Está na hora de saber que estou viva, de me sentir viva, de aceitar os sentimentos, de aceitar a minha vida, de me aceitar e me amar principalmente.
E é isso ai, um texto pra mim, depois de dias sem aceitar o que eu devo aceitar.

3 comentários:

  1. Anonimo isso é porque você não sabe apreciar um texto que obriga muita leitura, o feio é vc que nao vai longe na vida se continua assim, moleke vai estudar !! .i.

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  2. Isso aai Pooo' See nao pensa msm eem vce ! Deixa oo outrooos de LADO' a VIDA éé assim , se nao pensa em vce , quem vai pensa ?

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"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a mente muda, a gente anda pra frente E quando a gente manda, ninguém manda na gente. Na mudança de atitude não há mal que não se mude, nem doença sem cura.Na mudança de postura a gente fica mais seguro.Na mudança do presente a gente molda o futuro.."


Gabriel o Pensador